OUTRA HISTÓRIA DAS ENCHENTES DE ITAJUBÁ
Maninho chegou em casa mais cedo, sua mãe ainda estava acordada, achou melhor esconder o beck no jardim. Naquela época tinha umas samambaias de chão, perfeitas para esconder as coisas da mãe da gente. Entrou e foi direto para o quarto dos fundos, dormiu ao som do Nirvana fazendo ritmo com as goteiras da calha e da tempestade lá fora.
No outro dia, acordou com a mão dentro d’água, susto danado, seria efeito de dormir com o estômago vazio? Não! Era uma enchente das brava que já tinha atingido o colchão da cama. Violão e tênis boiando, água barrenta, abriu a porta com dificuldade, saiu do quarto e foi acordar sua mãe.
A Rádio Itajubá informava que a cidade estava entupida, que lá pros lados de Varginha e Três Corações tava tudo fodido.
O jeito era esperar a água baixar lá no Bar do Rafaelle e ir consumindo o estoque enquanto se podia pendurar mais alguma coisa.
No terceiro dia, a água baixou, a cabeça encheu e Maninho resolveu voltar prá casa.
Encontrou sua mãe lavando o jardim, lembrou do beck e pediu para fazer o serviço.
Procura daqui, procura dali, não achava nada, mas acabou achando um sapo e perguntou:
- E aí amigo? Hang loose?
O sapo respondeu :
- Humm...
- Ocê viu meu beck por aí?
- Hummm...
- Vai vê ocê comeu pensando que era um besouro verde.
- Hummmm...
Maninho perdeu a paciência pegou o sapo pelo pescoço e abriu a boca do batráquio.
E não é que tava lá o pito engasgado na garganta do bicho.
Pegou, acendeu, tragou fundo e o sapo disse:
- Dá um pito aí?
Maninho assutou e disse:
- Sai prá lá sô, não fumo cum estranho!
Quando terminou, jogou o quimba fora. O sapo pegou, fumou o resto, foi inchando até estourar.
Com a explosão foi parar do outro lado da rua.
De ponta cabeça abriu os olhinhos e disse:
- Esse é dos bão!!!
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