Gildez Bezerra sempre foi um exemplo de poeta de primeira linha, canta e diz as coisas simples que enfeitam nossos dias.
Criado na Serra da Mantiqueira, sempre valorizou aquele cantinho do Sul de Minas, entre Wenceslau Brás e Itajubá. Cresci ouvindo os pensamentos dele sobre as montanhas, as quaresmeiras, o rio sapucaí, as mulheres e a vida.
O excelente poema abaixo foi uma resposta a um cartão de fim-de-ano que o Gildes Bezerra recebeu do Rolando Boldrin na década de 80′, por ter participado do “Som Brasil”, que ele apresentava, na Globo.
Gostei tanto que resolvi colocar a versões escrita e declamada, para os seguidores do Curvas de Rio curtirem a vontade...
Cantá
Cantá seja lá cumu fô Si a dô fô mais grandi qui o peito Cantá bem mais forte qui a dô Cantá pru mor da aligria Tomém pru mor da triteza, Cantano é qui a natureza Insina os ome a cantá Cantá sintino sodade Qui dexa as marca di verga Di arguém qui os óio num vê I o coração inda inxerga Cantá coieno as coieta Ou qui nem bigorna no maio Qui canto bão de iscuitá É o som na minhã di trabaio Cantá cumu quem dinuncia A pió injustiça da vida: A fomi i as panela vazia Nus lá qui num tem mais cumida Cantá nossa vida i a roça Nas quar germina as semente, As qui dão fruto na terra I as qui dão fruto na gente | Cantá as caboca cum jeito, Cum viola i catiguria Si elas cantá nu seu peito Num tem cantá qui alivia Cantá pru mor dispertá U amor qui bati i consola Pontiano dentro da gente Um coração di viola Cantá cum muitos amigos Qui a vida canta mio É im bando qui os passarim Cantano disperta o só Cantá, cantá sempri mais: Di tardi, di noiti i di dia Cantá, cantá qui a paiz Carece de mais cantoria Cantá seja lá cumu fô Si a dô fô mais grandi qui o peito, Cantá bem mais forti qui a dô |
Em tempo, Gildes Bezerra foi homenageado no domingo (19/06/2011) pela Academia Itajubense de Letras como poeta maior da terrinha e agradeceu com os seguintes dizeres:
" A poesia, a gente tira. As pessoas é que nos dão a poesia. Elas nos dão isso e a gente devolve em palavras (...) É a poesia que tem o poeta. Se ele não escreve, ele também não dorme."
Obrigado e Parabéns Gildes!!!
Muito obrigado!Inclusive pelas poesia que vocês me dão e eu escrevo. Só tenho encontrado pessoas de bom coração, como você, graças a Deus. Um abraço.
ResponderExcluirLindo. Emocionante!
ResponderExcluirConfesso que jamais vi algo tão lindo. Chorei mesmo! Parabéns a Gildes Bezerra e a Giovanni Guimarães! Estou encantada!
ResponderExcluirLindo demais! Vi hoje no "Como Será".
ResponderExcluirLindo demais! Vi hoje no "Como Será".
ResponderExcluirHoje assisti uma gravação do Sr. Brasil, programa do Rolando Boldrini na Cultura, onde o William Correa declamou esse poema. Foi algo tão bonito que acabei aqui.
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